segunda-feira, 18 de julho de 2016

Breve reflexão sobre as mulheres e o espaço público...


Fonte: Multipolarizada
As mulheres carregam ao longo da história o árduo fardo da exclusão na vida pública sofrendo discriminação, os mais diversos tipos de opressão, privação e discriminação.  Ainda que ao longo dos séculos essas condições tenham deslocado se, não significa que tenham sofrido grande mudança. Ainda hoje as mulheres são taxadas como pessoas ligadas intrinsecamente ao lar e filhos, muito embora lutemos por mais espaço, paridade política e equidade de gênero é típico encontrar alguém que classifique a mulher por sua beleza e dedicação ao lar, ao invés, de suas inteligências, personalidade e habilidades profissionais. 


Mesmo com grande dificuldade de romper barreiras e paradigmas que o sistema patriarcal impõe as mulheres, cada parcela de poder conquistado é um avanço e precisa ser continuado. Embora as mulheres tenham a cada vez mais ganhado espaço em profissões essencialmente dominadas por homens, estas terminam sofrendo algum tipo de discriminação, um grande exemplo é o da presidenta Dilma, afastada do exercício do poder por suposta improbidade administrativa, os discursos que se escuta nas ruas são quase sempre pejorativos e ofensivos e sem nenhuma ligação com os supostos crimes administrativos. A todo caso, a própria nomeação de uma mulher a presidência da república já causou grande alvoroço, a sociedade brasileira tem se mostrado cada vez mais patriarcal e conservadora, o legislativo brasileiro assemelhasse por muitas vezes a uma concentração de interesses religiosos, onde os direitos das mulheres estão sempre subjugados, suprimidos em detrimento as ordens dos maridos, pais, irmãos e ideologias bíblicas.


Fonte: Lute como uma garota
No livro Donas do Poder, da professora Ana Alice Costa Alcântara ela destaca alguns argumentos utilizados pelo sistema patriarcal para isolar e vincular mulheres as esferas domésticas, tentando naturalizar e solidificar que estas por serem tão “frágeis” não poderiam, ou deveriam assumir qualquer atividade política ou de essência da esfera pública. Claramente argumentos estapafúrdios e sem fundamento algum, que historicamente são propagados sutilmente ou explicitamente, como o jornalista que taxaram Marcela Temer, cônjuge do atual presidente interino, como “bela, recatada e dolar” e o Gilberto Amaral do Jornal de Brasília que publicou uma nota discorrendo que os ministérios não precisariam de nenhuma mulher por este estar bem representado pelo charme e elegância da primeira dama. É quase surreal que em pleno séc. XXI, em um país com movimentos sociais atuantes que as mulheres sejam vinculadas a representação no espaço político apenas pela beleza e charme da primeira dama. O Brasil assiste hoje a um grande retrocesso orquestrado por homens brancos que defendem a bandeira econômica de um país em crise, mas que exclui políticas sociais que auxiliam também no crescimento do país, que exclui mulheres arbitrariamente.
         
   A democracia é um espaço que permite igualdade de direitos, o movimento feminista busca fazer questionamentos e criticas a esta ordem para que possibilite maior reconhecimento da mulher como agente social e não somente como parte de uma família, como esposa, mãe ou filha. Visando isto moldamos uma sociedade mais humana e democrática.

Fonte: PV Mulher



Referências Bibliográficas

RODRIGUES, Almira, Mulher e Democracia, 2005. Disponível em: <http://www.cfemea.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1587:mulher-e-democracia&catid=212:artigos-e-textos&Itemid=146 > Acesso em 31/05/2016

COSTA, Ana Alice. As Donas do Poder: Mulher e Política na Bahia. Coleção Bahianas 02. Salvador: NEIM/UFBA-Assembleia Legislativa da Bahia, 1998.

Livreto + Mulheres na Política: Mulher Tome Parte, Brasília: Senado Federal, Procuradoria Especial da Mulher, 2013. Disponível em: <http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/496489>  Acesso em  31/05/2016

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